Onde estão os quatro suspeitos pelo incêndio na Boate Kiss?

Encravada no meio do Rio Grande do Sul, a cidade universitária de Santa Maria hospeda um caso que não deve ser esquecido pela minha geração de repórteres e pelos jovens que hoje povoam as Redações. É uma reportagem inacabada. Assim defino a cobertura jornalística do incêndio que matou 242 pessoas e feriu outras 680 – a maioria de universitários -, na Boate Kiss, na madrugada de 27 de janeiro de 2013. A dimensão do fato está na Wikipédia: “É a segunda maior tragédia no Brasil em número de vítimas em um incêndio, sendo superada apenas pelo desastre no Gran Circus Norte-Americano, ocorrido em 1961, em Niterói, que abateu 503 pessoas. Foi semelhante ao sinistro que enlutou Buenos Aires, em 2004, na discoteca República Cromañón. Classifica-se também como a quinta maior tragédia na história do Brasil, a maior no Rio Grande do Sul e a terceiro maior em casas noturnas do mundo.”

É muita coisa para se deixar que o tempo desgaste a memória das pessoas. Perante a robustez do número de vítimas e de feridos, o fato de os quatro principais suspeitos pelo incêndio estarem aguardando o julgamento em liberdade é considerado uma afronta, e não só por familiares dos mortos. Recebo ligações de pessoas perguntando como é o cotidiano dos suspeitos. O que estão fazendo? Como vivem? Vivi quatro décadas dentro de uma Redação – saí em 2014 -, sei que é difícil manter um assunto por tanto tempo no noticiário, mesmo com esse impacto todo. Mas não é impossível. O assunto tem leitores, é uma fronteira a ser explorada pelas novas gerações de repórteres. Pistas podem ser encontradas nas redes sociais, onde sobram interrogações, questionamentos e protestos.

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