Aproveitar uma grande oportunidade que surge é definido pelos acadêmicos como não deixar passar o trem da história. Já os repórteres costumam dizer que o cavalo encilhado não passa duas vezes. As duas frases servem para descrever um quadro que começa a ganhar contornos no cotidiano dos jornais do interior do Brasil. Os leitores estão exigindo maior engajamento com os conteúdos da região.
A chance surgiu como o recuo na cobertura do interior pelos grandes jornais, que se engalfinharam em uma luta de vida e morte pelos anunciantes e assinantes com as novas mídias – sites, blogs e outras forma de comunicação. A competição resultou na diminuição do preço da publicidade e do número de assinantes. Para sobreviver, eles diminuíram a sua estrutura: demitiram centenas de jornalistas, fecharam sucursais.
Não foram só jornalões que saíram do interior. Pelos mesmos motivos, as emissoras de rádio e TV também reduziram fortemente a sua presença nas pequenas e médias cidades. E a grande imprensa passou a concentrar sua cobertura nas regiões metropolitanas e nos grandes centros de decisões políticas e econômicas do país.
Essa realidade fez com que as comunidades das pequenas e médias cidades do país se voltassem para os seus meios de comunicação locais. Hoje, a palavra de ordem nos jornais do interior é a qualificação de conteúdos, um processo que não simples. Mas que, pela primeira vez, faz parte da pauta daquelas redações.