A luta do PSOL contra as fake news no caso da vereadora e do seu motorista executados no Rio

A cobertura da execução da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e do seu motorista Anderson Pedro Gomes é a primeira no Brasil em que as fake news foram desmascaradas antes de se camuflar de verdade nos noticiários e nas redes sociais. Graças a um competente sistema de vigilância montado pelo PSOL para preservar a imagem da parlamentar contra as mentiras e preconceito. O sistema montado pelo PSOL é simples e eficiente. O departamento jurídico do partido vasculha as redes em busca de fake news e as desmascara nos noticiários. Já receberam mais de 15 mil e-mails.

O  sistema de detectar fake news montando pelo PSOL dá segurança aos repórteres, principalmente aos que trabalham em pequenos e médios jornais espalhados pelo interior do Brasil. Essa segurança permite que separem o joio do trigo com maior facilidade. Na semana passada, eu recebi uma ligação de um jovem repórter do interior gaúcho. Ele perguntou a minha opinião sobre a postagem da desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Marilia de Castro Neves Vieira,  que afirmava que a vereadora tinha ligações com o tráfico de drogas.  Respondi o seguinte: jamais colocaria uma informação dessas em uma reportagem, porque tinha cheiro de fake news. Ele argumentou que a notícia tinha credibilidade por ter sido postada por uma desembargadora. Disse que não significava que fosse verdade. Perguntei se ele tinha visto tal informação nos noticiários. Ele respondeu que não. Eu disse que se isso fosse verdade, já tinha virado manchete.

No início da semana, o repórter voltou a me ligar. Dessa vez para agradecer por não ter publicado bobagem.  A informação da desembargadora sobre a ligação da vereadora com o tráfico de drogas era uma mentira. Tratava-se de fake news. Também foi descoberto que a desembargadora tem uma longa história de falar bobagens – há várias reportagens disponíveis na internet. As mentiras travestidas de verdades sempre se misturaram aos fatos no cotidiano do repórter. Hoje elas são conhecidas como fake news e foram potencializadas pelas novas tecnologias, que as espalham pelo mundo com uma velocidade fantástica. Já nos tempos das redações, em que as reportagem eram escritas com uma pena molhada em um tinteiro, os repórteres aprenderam a sentir o cheiro da mentira de  longe. É uma boa dica para os repórteres novatos: se uma informação de grosso calibre não virou manchete, é porque alguma coisa de errado existe.

A cobertura da execução da vereadora e do seu motorista é complicada. Cada vírgula precisa ser verificada. Todos os repórteres do mundo estão de olho na qualidade do nosso trabalho. Lembro que o crime aconteceu no Rio de Janeiro, o cartão-postal do Brasil, que está sob intervenção federal. Há muitos pontos obscuros envolvendo a execução. Esse tipo de ambiente é um berçário natural de fake news. Daí a importância do sistema montado pelo PSOL. Depois que o caso for esclarecido, vai se tornar material didático nas aulas das faculdades de jornalismo.  Podem apostar.

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