Já se passaram seis anos e alguns dias desde o desaparecimento da professora Cláudia Hartleben (47 anos, na época) na noite de 9 de abril de 2015. Até o presente momento (04/06), o sumiço é considerado pelos envolvidos e policiais que trabalharam no caso um crime perfeito contra a professora do curso de Biotecnologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Em março de 2019, o Ministério Público Estadual pediu o arquivamento do caso. Sem cadáver, sem prova, é assim que acaba a maioria dos casos desse tipo. No Rio Grande do Sul existem outros dois episódios semelhantes: em 2005, na Região Metropolitana de Porto Alegre, Sirlene Freitas Moraes (42 anos, na época) sumiu junto com o seu filho Gabriel (sete anos, na época). Em 2011, Cintia Luana Ribeiro Moraes, (14 anos, na época), grávida de sete meses, sumiu em Três Passos, cidade agrícola do interior do Rio Grande do Sul. Nos três casos, a investigação policial identificou os suspeitos, mas não conseguiu provar o crime porque não havia um cadáver.
O que unem os três casos é que eles envolvem brigas com ex-companheiros. Porém, o caso da professora Cláudia é diferente dos outros dois porque o seu autor planejou tudo com uma riqueza imensa de detalhes. Mas é justamente esse planejamento o seu ponto fraco. Por quê? Por envolver muitos detalhes são maiores as chances do investigador encontrar “pontas soltas” – coisas que não fecham. Vou citar fatos levantados pela investigação policial. No dia do desaparecimento, Cláudia deixou o campus da UFPel por volta das 18h. Andou pela cidade e, às 20h, foi até a casa de uma amiga, a veterinária Eliza Komminou (34 anos, na época). Às 22h43min, Cláudia despediu-se da amiga e seguiu em direção à sua casa, que ficava a 10 minutos de distância. No meio do trajeto teve uma conversa por celular (durou 14 segundos) com o seu então companheiro, Pedro Luiz Ballverdu Gomes, que se encontrava em viagem de negócios em Porto Alegre. Quando terminou a ligação, ela estava a cerca de cinco minutos de casa. No entanto, demorou quase uma hora para chegar à residência (às 23h30min). O som do motor do carro e o ruído do portão foram ouvidos pela mãe e pelo irmão de Cláudia, que moram próximos. Foi a última vez que a família teve notícia da professora. Dentro de casa foram encontrados objetos que ela usava: calça, blusa, chinelos, brinco, anéis, pulseiras, relógio e computador. Desapareceram: celular, carteira e cartões bancários (não foram feitos saques nas suas contas). Uma câmara de segurança registou a passagem do seu carro quando voltava para casa. Muito bem. Há uma enxurrada de perguntas que podem ser feitas e respondidas examinando o período transcorrido entre a conversa telefônica de Cláudia com o companheiro dela e o momento em que a mãe e o irmão ouviram o som do motor e o rangido do portão. O filho da professora, João Félix, estava em casa, mas dormia e não ouviu a mãe chegar. Foram examinadas 80 horas de registros nas câmeras de segurança da cidade.
A investigação policial conseguiu rastrear a rotina da professora do momento em que ela saiu do campus da UFPel até ela sumir. É preciso esmiuçar essas informações uma a uma na busca da pista que levará a solução do caso. Por que a polícia não está mexendo no desaparecimento da professora Cláudia? Simples. A imprensa o varreu para baixo do tapete. Todo repórter sabe que as autoridades só agem quando a imprensa chuta a porta delas. É assim em todos os países democráticos do mundo. Vejamos o seguinte: o secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, também conhecido como Delegado Ranolfo, é um bom policial. Ele também é vice-governador de Eduardo Leite (PSDB-RS), que foi prefeito de Pelotas (2013 a 2017). Portanto, conhece o caso. A Chefia da Polícia Civil está a cargo da delegada Nadine Anflor, que tem uma política forte de combate à violência contra as mulheres. Pelotas tem uma emissora de TV, a RBS TV, várias emissoras de rádio e um jornal local diário, o Diário Popular, além de faculdades de jornalismo. Outro fator: existe uma pressão popular local para que o caso seja resolvido. Lendo tudo isso que escrevi, teoricamente o caso tem tudo para ser solucionado. A realidade é diferente. A imprensa não está nem aí para o sofrimento da família.
Tenho chamado a atenção dos meus colegas repórteres que, devido ao perfil do caso, o desaparecimento da professora Cláudia tem forte apelo de leitura. As pessoas querem saber o que aconteceu. Ninguém some no ar. Ainda mais nos dias atuais, em que existem equipamentos eletrônicos de vigilância por todos os cantos. Enquanto o caso não for resolvido, os principais suspeitos (o ex-marido João Morato Fernandes e o seu filho João Félix) vão ser eternos culpados. A imprensa tradicional vive um momento de crise devido à migração de anunciantes para outras plataformas de comunicação e o desaparecimento de leitores. Há vários motivos para os leitores sumirem, eu cito o principal: a irrelevância do noticiário para o seu dia a dia. Não é difícil manter esse caso nas páginas dos jornais em razão do interesse dos leitores. E o simples fato de mantê-lo no noticiário é uma maneira da imprensa sinalizar para os agressores de mulheres que está atenta. O desaparecimento da professora Cláudia não pode ser esquecido pela imprensa. Seja qual for o destino político do governador Leite quando acabar o mandato, ele vai carregar no seu currículo o caso da professora desaparecida da UFPel. Podem anotar.
Ninguém tem asas para voar e não desaparece assim, na mesma época também desapareceu uma estudante de nutrição da universidade federal de Pelotas, a Mirella Gomes se não me engano porque na universidade nenhuma câmera registrou a entrada e nem a saída da moça, porque até hoje nunca mais ninguém falou sobre o assunto nem da professora nem da Mirella, eu entendi a matéria não interessa ao ministério público investigar o desaparecimento da professora, tem gente de gravata envolvido mas infelizmente talvez quem não esteja envolvida que vai pagar a conta, Que fim levou a professora Cláudia e a Mariele?
Ninguém sabe apenas soubemos que o pai da Mirella se acabou, virou um trapo procurando a filha uma resposta que nunca encontrou, pagamos autoridades para quê?
Existe o ministério público para quê?
Qual a segurança que tem uma universidade a onde o estudante entra sai e ninguém vê?
Isso é impossível, já que o local possui muita movimentação de carro e pessoas, a pergunta que não cala Que fim levou a professora Cláudia e a estudante de nutrição?
Essa justiça que temos no país idolatrado por muitos?
Que país é esse e qual a segurança que a universidade oferece?
A senhora tem razão em estar muito braba.
Não existem crimes perfeitos… Existe omissão, negligencia e busca seletiva. Falta vontade de resolver o caso! Afinal a quem interessa mesmo desvendar o misterioso sumiço da professora Claudia?
Tem razão
Pelotas e a terra da impunidade o tráfico de drogas vivem cobrando propina dos já sofridos comerciantes de pelotas e a polícia não faz nada eu ainda acho que o gov Eduardo leite tem sociedade com o trafico só pode ele o chefe das polícias sua cidade natal sitiada pelo crime organizado com assaltos roubos assassinatos pessoas desaparecidas e muito mais
essas casas de jogos e jogo do bicho e tudo do tráfico de drogas.